Carlos da Silva Martins LACAZ

Carlos da Silva Martins LACAZ

Eigenschaften

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Name Carlos da Silva Martins LACAZ [1]

Ereignisse

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Geburt 19. September 1915 Guaratinguetá, São Paulo, Brasil nach diesem Ort suchen [2]
Tod 23. April 2002 São Paulo, São Paulo, Brasil nach diesem Ort suchen [3]
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Dinah Maria MARTINS

Notizen zu dieser Person

Carlos da Silva Lacaz (1915-2002) formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foi diretor e Professor Titular do Departamento de Medicina Tropical e Dermatologia dessa instituição. Publicou aproximadamente 500 trabalhos científicos, 50 livros e 1500 artigos para o jornal Folha de São Paulo http://www.aeitaonline.com.br/wiki/images/b/b5/Tese_-_Biografia_Prof_Lacaz_Netto.pdf Meu nome é Carlos da Silva Lacaz, eu atualmente sou professor aposentado, Professor Emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde eu fiz toda a minha carreira. Eu me formei por esta escola em 1940, em 45 eu fiz a Docência Livre na cadeira de Microbiologia e Imunologia, chama-se Departamento de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Medicina da USP, que a USP já tinha sido criada em 1934, a Universidade de São Paulo. Depois eu me tornei, em 56, Professor Titular ou Professor Catedrático deste mesmo departamento, e aqui eu fiz toda a minha carreira de aluno... Eu fui aluno, fui Docente Livre, fui Professor, fui Pró-Reitor da Universidade de São Paulo e fui Diretor desta escola também, de 74 a 78. Eu nasci em Guaratinguetá, uma cidade do Vale do Paraíba, hoje tornou-se famosa porque lá nasceu o único santo brasileiro, que vai se tornar santo, foi beatificado no dia 21 de outubro pelo Papa João Paulo II, é uma cidade do Vale do Paraíba que era chamada Atenas brasileira. Atenas porque era uma cidade grande, onde foi fundada uma escola normal que era famosa, formava normalistas, professoras, a Escola Normal de Guaratinguetá, que foi criada ao redor de 1900, onde meu pai, Rogério da Silva Lacaz, foi professor de Matemática e o pai do professor Zerbini, chamado Eugênio Jesus Zerbini, era professor de Geografia e História, apesar de ser italiano de nascimento. Esse homem tem um valor extraordinário, ele veio de Gênova, ele aprendeu o português aqui em São Paulo, entrou na Escola Normal da praça, formou-se junto com meu pai, e foi lecionar Geografia e História em Guaratinguetá. E lá nasceu Eurípedes Jesus Zerbini, ao meu ver, a melhor figura da medicina brasileira contemporânea. Então, em Guaratinguetá, deu Frei Galvão, frei Antonio Santana Galvão, beato, deu professor Eurípedes Jesus Zerbini, deu professor Carlos da Silva Lacaz e deu também uma grande figura que foi o Conselheiro Francisco de Paula Rodrigues Alves, que quando presidente de estado aqui em São Paulo, em 1912, criou a Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O Presidente Rodrigues Alves foi um homem notável, ele foi formado pela Faculdade de Direito de São Paulo e ele foi colega de turma do Rui Barbosa, que tinha por ele grande admiração. Foi Presidente da República duas vezes, a segunda vez não tomou posse porque ele ficou doente, e foi enterrado em Guaratinguetá. A sua adolescência o senhor também passou em Guaratinguetá? R - Praticamente em Guaratinguetá, porque eu estudei no Ginásio Nogueira da Gama e eu fui colega de turma - eram turmas muito pequenas -, fui colega de turma do José Rodrigues Alckimin, que é o tio do atual Vice-Governador do Estado, que chegou a ser ministro do Superior Tribunal Federal, e fui colega do pai do Rodrigues Alckimin, que era um veterinário, depois se instalou em Pindamonhagaba, fazia piscicultura e o Rodrigues Alckimin nasceu em Pindamonhagaba, mas a família dele era de Guaratinguetá. P - Doutor Lacaz, eu queria lhe perguntar a respeito da pesquisa médica. O senhor falou que, na sua época, na Faculdade de Medicina a Faculdade, se fazia pesquisa. Como eram essas pesquisas, quais eram os produtos? R - Quando a Fundação Rockefeller fundou a Faculdade de Medicina, veio para cá um educador médico chamado Pearce Junior, o doutor Pearce Junior, eu não me lembro o primeiro nome dele, mas tem aí na escola. O Pearce era o diretor da Divisão Médica da Fundação Rockefeller, e ele veio pra São Paulo porque ele sabia que aqui em São Paulo... ele veio em 1916... mas ele sabia que em São Paulo, em 1912, havia sido criada uma Faculdade de Medicina muito modesta, chamada Faculdade de Medicina de Cirurgia de São Paulo - a universidade não existia ainda, a universidade foi fundada em 34 -, e ele veio e foi recebido pelo senhor Montenegro, que havia se formado em Pensilvânia, na Filadélfia, na Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, irmão do João Montenegro. O Montenegro falava bem o inglês, ele foi recebido e foi apresentado ao diretor da escola, que era o Arnaldo Vieira de Carvalho. O Arnaldo morreu em 1920 de uma assepssemia estreptocócica, não havia tratamento naquela época, infelizmente, morreu jovem o diretor da nossa escola. O diretor o recebeu, mostrou a escola, que funcionava na rua Brigadeiro Tobias - esse prédio não existia - e a Rockefeller dizia: "Nós estamos interessados em auxiliar vocês, mas eu vou fazer da seguinte maneira: primeiro eu vou mandar uma comissão para os Estados Unidos, a Rockefeller vai pagar pra vocês - o John D. Rockefeller era o rei do petróleo -, eu vou mandar vocês para os Estados Unidos, para o Canadá e para a Europa, para vocês conhecerem o ambiente, como é que se faz a medicina nesses países." Os Estados Unidos tinham passado por uma crise muito séria e haviam sido fechadas numerosas escolas americanas, porque o ensino era péssimo. Os Estados Unidos também tinham crise. Agora nós estamos numa crise seríssima do ensino médico, porque nós temos um país de analfabetos, 84 escolas de medicina no país, 84 fabricando cerca de 7500 profissionais por ano aqui em São Paulo, no Brasil, quer dizer. Nos Estados Unidos se passou a mesma coisa. Ele fechou um grande número de escolas nessa época, trouxe o Pearce para cá, aí o Pearce exigiu: "Eu vou mandar vocês pra Europa, Estados Unidos, mandar uma comissão." Era o professor Benedito Montenegro, era o Ernesto Souza Campos, que era engenheiro pela Escola Politécnica, que idealizou este prédio aqui, o projeto arquitetônico é dele, e o doutor Rezende Puech, que fazia administração hospitalar. Então esses três ficaram vários meses nos Estados Unidos e Canadá e trouxeram esse projeto arquitetônico formidável que é esse prédio aqui. 80 alunos, mas eles exigiram: "Eu quero um prédio com 80 alunos, eu quero pesquisa básica, por quê? Porque sem pesquisa básica não há formação de bons médicos. A pesquisa básica é essencial. Vocês têm bons pesquisadores? Não têm. Então eu vou mandar vocês daqui para os Estados Unidos e trazer dos Estados Unidos pra cá." Então dos Estados Unidos vieram vários professores importados pra cá, pra ensinar anatomia patológica: veio o Klotz, veio o Brumpt, o Emílio Brumpt, da França, veio um grande médico - não é pela Rockefeller esse aí, veio... -, Alfonso Bovero, já ouvir falar do Alfonso Bovero, que tem a rua Alfonso Bovero? Era um professor de anatomia espetacular. Então: "Porque eu quero pesquisa básica em anatomia." Mandou dois grandes pesquisadores nossos estudar com o grande Cannon, professor de Fisiologia em Harvard, que tem um livro chamado Sabedoria do Corpo, é um livro excepcional, a Sabedoria do Corpo, The reason of the body, e que foi traduzido pelo Jaime Regalo Pereira. O Jaime Regalo Pereira, professor de Farmacologia, e o Franklin Augusto de Moura Campos, foram para os Estados Unidos pra aprender ciência básica e trouxeram essa ciência pra cá. O Brumpt, que veio da França ensinar parasitologia, o Bovero veio ensinar anatomia, então a escola estava começando a crescer em pesquisa básica, formando seus mesmos pesquisadores. O Ória, que é um grande pesquisador, o Cunha Mota, com seus assistentes, o Souza Campos, com seus assistentes, o professor Pessoa, com seus assistentes, o professor Bovero, com seus assistentes. A pesquisa estava nascendo aqui em São Paulo, então ia formar um núcleo familiar. Já depois da construção do Hospital das Clínicas o intercâmbio entre as clínicas da faculdade era imensa, ao ponto de 51, Zilda, a Faculdade conquistava o padrão A na Associação Médica Americana. Sabe o que é isso? Quer dizer, a Associação Médica Americana achou que o ensino médico em São Paulo era tão bom em 51 que ela ganhava o título de padrão A, quer dizer, o diploma fornecido pela Escola Médica de São Paulo tinha o mesmo valor que o diploma oferecido por qualquer escola médica americana, de tão bom que era. E era mesmo, viu? Eu alcancei esse período áureo da faculdade. Pois bem, desastrosamente, algum pseudo educador resolveu tirar as cadeiras básicas daqui e transferir pra Cidade Universitária, então não temos... Transferiu pessoal, equipamento, material... Não temos condição de fazer pesquisa básica, não temos pesquisa básica na Faculdade de Medicina. Quando eu fui diretor da escola, eu, vendo isso, em 74 - fui diretor em 74 a 78 -, eu criei os laboratórios de investigação médica pra tentar o quê? Diminuir um pouco o impacto desse desastre. Temos os laboratórios, os laboratórios fazem pesquisa, mas não era o essencial. Os alunos se queixam muito de que o ensino básico lá na Cidade Universitária não é bom. Por quê? Não é bom porque eles têm que dar aula pra Farmácia, pra Odontologia, pra Enfermagem, pra Veterinária, pra Fisioterapia, Terapia Ocupacional, pra "n" institutos, então eles não têm nem pessoal nem equipamento pra dar aula prática decente pra todo esse pessoal, e não têm mesmo. P - Doutor Lacaz, a pesquisa desses medicamentos substituiu as terapias galênicas. O que é que mudou na vida das pessoas e na relação com o médico essa descoberta? R - A atitude foi a seguinte. Realmente houve progressos tremendos, você há de compreender que, na época em que eu vivi, eu acompanhei a medicina no passado, que era uma sombria meditação sobre a morte. É assim que eu defino. Não havia... era a época do niilismo terapêutico. Osler empregou essa expressão. Osler foi um médico canadense que valeu por uma faculdade de medicina. Morreu com 70 anos, um grande educador médico, e ele examinava a doença do seu paciente, mas no final ele prescrevia inocentes preparações galênicas. Quer dizer, o Galeno, que é o representante máximo da farmácia galênica, ele era médico, né, de Pérgamo, mas a gente fala que preparações galênicas são preparações que não têm grande valor terapêutico, eram drogas mais tiradas de ervas. E o que acontece é que o indivíduo curava pelas forças medicadoras da natureza, vies medicatea nature. Existe isso, o indivíduo com poucas medicações pode curar uma porção de infecções brandas, benignas, uma gripe banal pode ser curada com repouso. Agora, o que aconteceu foi que a partir de 1940, com o conhecimento da quimioterapia, dos quimioterápicos, com o uso do antibiótico, terapia, de cortisona, uma porção de drogas, hoje há uma polifarmácia que atropela a morte. Então, a indústria farmacêutica, apoiada por um poderio econômico tremendo, ela lança no comércio drogas que são boas e drogas que são más. Isso é verdade. O professor Damien Sheke era um professor de ematologia em Boston, ele dizia pra mim: "Lacaz, quase todo remédio tem duas fases. Uma fase de lua-de-mel, em que você vende o remédio apoiado pela propaganda, apoiado pela indústria farmacêutica, de um poderio econômico tremendo, depois tem a fase do dilúvio, em que o remédio é retirado do comércio, tal o número dos efeitos colaterais ou nocivos que ele provoca." Poucas drogas ficaram. O próprio Dagenan, quer dizer, na época em que ele apareceu, a sulfapiridina, foi um colosso. Por quê? Curava lenorragia, curava infecções estreptocócicas, curava Blastomicose, mas nem anunciou acabou de usar. Por quê? Porque apareceram drogas mais potentes, mais eficazes e menos o quê? Menos tóxicas. Então vai acontecendo isso. Tem uma evolução dos conhecimentos, quer dizer, eles vão aperfeiçoando a fórmula do medicamento de modo a obviar os efeitos colaterais e conservar os efeitos terapêuticos. Hoje é uma polifarmácia. Então, o número de medicamentos é tão grande que os médicos não sabem. Sabem apenas o nome de fantasia do remédio. Eles não sabem a fórmula química exata do medicamento que ele prescreve. E é verdade quando Voltaire, os grandes críticos da medicina, diziam que os médicos receitavam produtos que eles pouco conhecem para um organismo que eles conhecem muito menos. E é uma verdade, viu? A maioria dos médicos não sabem o que está prescrevendo. É uma verdade. R - Quatro filhos. Uma filha casada com médico, já deu um outro médico, já deu um dermatologista; um filho faz psicanálise, é psiquiatra; o outro é artista plástico, o Guto; outro é psicólogo, faz seleção de pessoal em indústria, né? Tenho quatro filhos, oito netos e quatro bisnetos. http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/carlos-da-silva-lacaz-45884 Nasceu, em 1915, em Guaratinguetá, Estado de São Paulo. Seus 87 anos foram bem vividos e intensamente produtivos. A seu lado, estimulando-o e tranqüilizando-o, sua digníssima esposa Dinah. Coroam a felicidade desse casal ilustres filhos: Ana Helena Lacaz Martins, casada com o Prof. Dr. José Eduardo Costa Martins; Dr. Carlos Roberto Martins Lacaz, casado com dona Maria Aparecida Rodrigues; Carlos Augusto Martins Lacaz; e Carlos Eduardo Martins Lacaz, casado com dona Vilma Giraldi Lacaz. Deixa ainda os netos Eduardo, Ricardo, Isabel, Fernando, Fabio, Beatriz, Eduardo e Nina, além de oito bisnetos. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962002000600012

Quellenangaben

1 "FamilySearch Family Tree," database, FamilySearch  
Autor: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints
Angaben zur Veröffentlichung: (http://www.familysearch.org)
Kurztitel: FamilySearch.org
2 "FamilySearch Family Tree," database, FamilySearch  
Autor: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints
Angaben zur Veröffentlichung: (http://www.familysearch.org)
Kurztitel: FamilySearch.org
3 "FamilySearch Family Tree," database, FamilySearch  
Autor: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints
Angaben zur Veröffentlichung: (http://www.familysearch.org)
Kurztitel: FamilySearch.org

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