Notizen zu dieser Person
"Com todo o histórico de uma família de desbravadores, Anastácia tomou para si o empenho do pai e a vocação para o trabalho. Aos 18 anos, casou com Eurípedes Ferreira dos Santos, um jovem comerciante. Moravam na Vila Palmira, importante porto fluvial às margens do Rio Iguaçu, de onde chegavam e eram despachadas mercadorias como erva-mate, madeira e cereais. Na entressafra, o marido, que também era tropeiro, dedicava-se ao abate de suínos e bovinos, e à compra de equinos que trazia do interior dos estados da Região Sul do Brasil. Anastácia contava para os netos que as viagens do marido duravam até três meses e o cuidado da casa e das três filhas era de sua responsabilidade. Em certa ocasião, as três meninas ficaram doentes ao mesmo tempo. Depois de avaliação médica, descobriu-se que as meninas tinham sido contagiadas com o vírus da Gripe Asiática, doença com alta letalidade durante a década de 1950. Com a construção da Rodovia do Café, ocorreu o declínio da navegação no Rio Iguaçu e também do comércio da família. O casal e as filhas resolveram se mudar para Ponta Grossa. A renda vinha do transporte de cereais e com a administração de dois açougues. Anastácia não arredava o pé do convívio com os negócios. Aos 52 anos, a ucraniana de nascimento, mas de coração brasileiro, ficou viúva. E, como trabalho era seu nome, assumiu os esforços com a família e a casa. Ainda assim tinha tempo para os vasos de flores e o jardim de rosas. Em 1981, nasceu Anderson, o neto que ela cuidou com o amor duplo de uma avó, pois os pais precisavam trabalhar. Em 1993, a filha mais velha, Hernany, morreu, aos 48 anos. Anastácia passou a cuidar de outros três netos. Era uma avó especial, recorda-se Anderson. O pão era divino. Fazia uma broa de centeio como ninguém, a qual acompanhava as sopas de macarrão caseiro. Ele cita outras delícias que a matriarca preparava: os bolinhos de batata, o folhado, a panqueca, e os pasteis de queijo e requeijão, assim como do charuto recheado com carne. As receitas da Ucrânia foram ensinadas com pela mãe de Anastácia, Julieta. O problema das varizes foi diagnosticado na década de 1960, e muitos anos depois evoluiu para uma úlcera varicosa. Houve a necessidade de amputar um dos membros inferiores, em 2004 . Todos achavam que Anastácia iria ficar depressiva devido a sua independência e ao número de atividades que realizava. Ao contrário, aceitou a cadeira de rodas e nela aproveitou as viagens para a praia; fez visitas aos irmãos e ia com regularidade à Vila Palmira, onde tudo começou. Continuou vaidosa como sempre. Para ela, o correto era comer pouco e se alimentar de forma saudável. Queria ficar magra. O penteado era mantido sempre enrolado e tingido de prateado. Gostava de estar impecável. Comemorou no último dia 11 de janeiro o aniversário de 90 anos com a mesma alegria de sempre, mesmo mais frágil, conta o neto. No dia 30 de março fez seu último passeio no jardim de rosas. Foi uma despedida. Deixa duas filhas, dois irmãos, sete netos e 12 bisnetos. Dia 31 de março, aos 90 anos, em decorrência de problemas cardíacos, em Ponta Grossa." Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/curitiba/falecimentos/anastacia-jaciuk-santos-das-terras-da-ucrania-para-os-campos-gerais-1feupy2vsowmdjwk2fqvajwsc/ Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.